Clima de tensão no governo de Cambuci
Em Cambuci, no Noroeste do Estado, depois da tempestade não vem a bonança e sim mais tempestade. Depois de viver tempos difíceis com investigações do Ministério Público Estadual sobre supostas irregularidades na gestão de Oswaldo Botelho (ex-PR, hoje PSD), que culminaram no seu afastamento por duas vezes do cargo, o novo prefeito, Antônio Nicolau Velasco (PV), o Nicolas Velasco, tem enfrentado dificuldade para administrar o município em função de conflitos com a Câmara. Isso porque o ex-prefeito mantém a maioria no Legislativo, o que estaria dificultando a aprovação de projetos importantes, como repasse de verbas para o hospital da cidade. Porém, o assessor jurídico da Câmara, Alex Bitencourt, nega e diz que os projetos estão em tramitação normal, dentro do prazo regimental e garante que eles serão entregues às respectivas comissões na reunião de desta quinta-feira.
De acordo com o secretário de Planejamento, Carlos Velasco, o prefeito Nicolas encontrou o município “100% sucateado”, quase sem estrutura para continuar funcionando.
— Não tínhamos praticamente nada e estamos conseguindo reerguer a Prefeitura. Pegamos um caixa de R$ 260 mil e já temos R$ 3 milhões. Isso, com todas as contas da atual gestão pagass, todos os serviços sendo pagos no prazo e estamos com crédito – afirma o secretário.
Mesmo assim, explica, tem havido dificuldades, e cita como exemplo o repasse para o Hospital Moacir Gomes de Azevedo: “Há três anos o hospital não recebe verbas. Estamos com R$ 100 mil para repassar, mas precisamos de autorização da Câmara, que não vem. O Pronto Socorro corre o risco de fechar e a população ficar sem atendimento”, afirma o secretário, dizendo, ainda que estão trabalhando em parceria com o Governo do Estado.
O novo prefeito de Cambuci, Antonio Nicolau Velasco, foi empossado, pela segunda vez, em 18 de janeiro deste ano. Em 2010 ele comandou a Prefeitura de Cambuci por 25 dias, enquanto Oswaldo Botelho foi afastado por decisão da Justiça.
Apesar de afastado, o ex-prefeito Oswaldo Botelho continua tendo a maioria da Câmara – dos nove vereadores, sete são da base aliada a Vavado. Isso, segundo o secretário Carlos Velasco, estariam prejudicando o andamento das ações de governo: “O prefeito já chamou a Câmara para ser parceira, pelo bem da população, mas até agora nada”.
A informação é contestada pelo assessor jurídico Alex Bitencourt. Segundo ele, a tramitação das proposições está normal “dentro do prazo regimental”: “O presidente da Câmara recebeu os projetos no início de março, fez a leitura e encaminhou para a Comissão de Justiça e Redação. O relator teve seu prazo e devolveu segunda-feira. Na quinta (hoje) o presidente passará para as comissões”, explica, garantindo que não há intenção do Legislativo em atrapalhar nenhuma ação do prefeito.
Fonte Folha da Manhã