A maior esperteza
A maior esperteza
Outro dia recebi um e-mail sensacional, desses que circulam na rede. O texto elencava uma série de infrações que cometemos. Das mais graves às levinhas, desde jogar papel, fazer xixi e cuspir na rua, a subornar pessoas e contratar cidadãos na terceira idade como “boys” para furar a fila do banco.
Estamos vivendo uma era onde o certo acabou virando errado. Quem age com lisura, se sente passado para trás.
Quem aguarda sua vez numa fila, educada e pacientemente se sente otário. Quem segue num engarrafamento e vê vários veículos passando pelo acostamento, e sem a menor cerimônia entrando na sua frente, sente repulsa.
Quem paga IPTU em dia vê, com freqüência, os inadimplentes terem desconto.
Quem é pontual, espera.
Quem é educado, é tido como careta.
Quem leva o trabalho a sério e o tem como uma oportunidade assiste a colegas com falsos atestados para justificar injustificáveis ausências.
Quantas vezes você não se sentiu ultrajado vendo que agiu certo e viu que quem não teve o menor escrúpulo se deu bem?
Temos que refletir em que tipo de nação queremos viver e ver crescer nossos descendentes, nós somos o exemplo deles!
Falar é de prata, mas fazer é de ouro! Filhos seguem o que fazemos e não o que dizemos!
Se não estamos acirrando em demasia a competição pela “maior esperteza do mundo” porque na “verdade verdadeira”, a maior esperteza é poder viver bem, sem frases de impacto, porque é simples assim, quem melhor vive é quem pode contar com a solidariedade humana.
Claudia Cataldi é jornalista e presidente do Instituto Responsa Habilidade