‘Foi Deus que guardou ele para mim’, diz mulher de pedreiro atingido por vergalhão
Carolina Oliveira Castro (carolina.ocastro@oglobo
RIO - A mulher do pedreiro Eduardo Leite, que teve a cabeça atravessada por um vergalhão de dois metros de cumprimento, está na manhã desta sexta-feira no Hospital Municipal Miguel Couto para visitar o marido pela primeira vez desde o acidente, ocorrido na manhã de quarta-feira. Lilian conta que o marido está fazendo muita falta em casa, onde mora com dois filhos, um de 4 anos e outro de 1 ano e oito meses, para quem não contou o que aconteceu. Ao mais velho, que pergunta toda hora pelo pai, ela diz que Eduardo está no trabalho.
- Chorei muito e pedi a Deus para ele ficar. Foi um milagre. Foi Deus que guardou ele para mim, se não ele nem tinha chegado vivo ao hospital - disse Lilian, antes de contar como soube do acidente. - O encarregado da obra me ligou, em casa, dizendo que ele tinha caído. Eu vim correndo para o hospital e, quando cheguei, a assistente social me disse que ele estava sendo operado. Eu não entendi nada. Depois que fui saber do vergalhão.
Segundo nota divulgada pela Secretaria municipal de Saúde, Eduardo Leite permanece estável e está internado no CTI do Miguel Couto. Ele está sendo medicado com antibióticos, para evitar infecções. "O paciente passou bem a noite, esta lúcido e não apresenta sequelas. Ainda não há previsão de alta", informa a nota. O rapaz, de 24 anos, acordou bem, está falando normalmente e respirando sem a ajuda de aparelhos. Eduardo foi atingido por um pedaço de ferro que despencou do quinto andar do prédio em que trabalhava. Com a queda, de uma altura de 15 metros, o vergalhão ganhou peso equivalente a 300 quilos ao atingi-lo. Ele foi socorrido pelo porteiro da obra.